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irmão lúcia



Quarta-feira, 15.08.12

festival dos Bons Sons; do momento work in progress

tem a sua graça aterrar num festival de música em fase de construção sem empresas como aquela do genro do cavaco ao barulho, sem avalanches de patrocinadores e brindes e flyers e rodas gigantes e elásticos que seguram os pés dos festivaleiros em queda livre, como o nosso pib, coitadinho, sem tralha, diria eu para simplificar, um gajo aterra e vê gente da terra, passe o pleonasmo, vê voluntários, equipas e dedicação, não vê cargos, vê corações, não há sponsor in chief, CEO, road não sei quantos, sales manager não sei que mais, há o rui, a daniela, a célia e a cristina, o luis e a inês, a mariana, a lúcia, a rita e o rufino e a susana e os primos, que engajam tios e avós, há fornadas de operários culturais como lhes chamou o repórter do público, um gajo aterra, já o disse, e vê o formigueiro em ebulição, melhor, um gajo aterra e vê a colmeia em ebulição, que do formigueiro ainda percebemos a lógica de contacto antena-a-antena que permite às pequeninas transportarem centenas de vezes o seu peso na lógica eterna do aforro, enquanto que do trabalho da colmeia entendemos muito pouco até jorrar mel dos favos, por aqui centenas de obreiras e zangões zumbem na aldeia de cem soldos numa organização sem espinhas, diz que as abelhas nem sequer as têm, ao contrário dos piores carapaus de corrida, a aldeia de cem soldos, então, transformada num daqueles cortiços perfeitos que até já foi logótipo da cdu, e aqui o rapaz com o seu nariz de intruso fareja a forma de os bons sons se organizarem em coligação democrática e unitária, um por todos, todos pelo festival que traz ao campo a nata da música à portuguesa com a ajuda de gente improvável como o khadafi - aqui parecem ignorar que o líbio morreu e insistem que é ele que trata das lonas - ou como a moça chilena que ajuda na cozinha do colectivo, permanentemente pejada de alguidares com batatas descascadas, a cozinha, não a moça, batatas que são ouro para a boca dos voluntários numa altura em que portugal anda curto de lingotes, ou como o aldeão de óculos e testa suada que se passeia num porta-paletes permanentemente lotado de barris de cerveja, não sei se sabem mas o campo dá sede, o trabalho idem, o rock muito mais, amanhã começam as afinações e as vendas das tixas, abreviatura de um conhecido lagarto nacional, a culpa não é minha se a fonética remeter para a maroteira, até já ouvi dizer que à imprensa se oferecem tixas das grandes, abrenúncio, e as montagens de backlines e o soundchecks e as tarolas e os adufes ao despique em frente ao público amigo do decibel. vai ser bonita a festa, pá. palavra de imperial. a setenta cêntimos.

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por Pedro Vieira às 16:20


2 comentários

De Carla Ferreira a 31.08.2012 às 00:09

Conheço Cem Soldos já de há uns anos, do tempo em que meia dúzia de pessoas já faziam daquilo qualquer coisa. Tinham na época um grupo de teatro fantástico que não sei se ainda existe. Assisti a uma peça com uns mendigos digna de profissionais. Já me parecia que a terra ia dar que falar. Era liberta, respirava bons ares, e agora também tem bons sons. É bom haver estas coisas no nosso País.

De ultimacto-teatro a 01.09.2012 às 15:41


Olá Carla Ferreira

O grupo de Teatro de Cem Soldos, ULTIMAcTO, continua em cena.

Estamos na blogosfera em: http://ultimacto-teatro.blogs.sapo.pt/
e no facebook em: http://facebook.com/ultimactocemsoldos

esperamos pela visita


Luis Tomaz - ULTIMAcTO

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