a lógica do discurso em forma de barrete continua, de ano para ano, sempre aquela propensão irresistível para o adágio
engana o menino e come-lhe o pão, e este ano suportado até pelo site da organização da Feira, com antevisão de "livros do dia" e respectivas tabelas de preços, os "livros do dia", aqueles pelos quais se deveria suspirar, com descontos que deveriam mesmo valer a pena, os míticos 40% que fazem um gajo rabiar de alegria, que potenciam até a compra precipitada, gulosa, e no entanto todos os anos o chico-espertismo propagandista atira areia para os olhos do visitante, anunciam-se "livros do dia" com o banalíssimo desconto de 20%, aquele que se encontra em qualquer livro em qualquer dia de feira há anos a fio. Por exemplo,
vai-se à antevisão do dia 2 de maio e depara-se com "a ofensa" da porto editora, que custa 13,90€ e que vai estar à venda por 11,12€, "leonardo da vinci e o seu tempo" vendido na cavalo de ferro por 16,80€ quando custa habitualmente 21€, "turandot" da kalandraka vendido por 16€ quando o preço de editor é 20€. Ou seja, um gajo até pode ser geneticamente fraquinho a matemática, é a chaga portuguesa juntamente com o josé cid, fenómeno que insistem em tornar indie, recuperando-o pela 117ª vez com concertos no maxime, mas não é difícil perceber que estes descontos não são de 40%, são até um tudo-nada embusteiros, vá. Não se aproveitem da nossa debilidade com os números para nos embarretarem com as letras, foda-se.