Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
é giro ver o licenciado pela universidade lusíada aos 37 anos a aconselhar rigor, exigência e menos pieguice a quem vive em geral, a quem estuda em particular. é giro.
publicar um livro com este título é agarrar-me pelo ponto fraco, por um deles, pelo menos, pelo fascínio com protagonistas da II guerra mundial, ainda por cima aludindo a um dos mais marcantes, o doutor joseph goebbels que falou nisto da mentira como se tivesse alguma autoridade para aludir à verdade, a II guerra, aliás, que é protagonista deste livro, bem como o horroroso século XX que teima em não acabar, o caos, o medo, as perseguições, a literatura, venha o diabo e escolha, e o autor faz com que não nos esqueçamos disso, recorrendo aos grandes - borges, que mal conheço, mea culpa, garcía márquez, que tão bem conheço e invejo, filho da puta - aos labirintos e à efabulação de fino recorte para enquadrar enxertos de realidade pura e dura (conferir os pedaços de notícias que dão conta do mundo em que ainda vivemos), para nos dar conta do monstro gordo da intolerância que não nos larga as canelas. se um repórter imaginário saído da cidade conquistada se cruzasse comigo no metro - prefiro-o aos autocarros - e me perguntasse "defina numa palavra o livro do manuel jorge marmelo" eu disparava, intolerância. saco sempre da pistola quando me deparo com ela, intolerância. o autor põe-nos a pensar sobre ela, acho eu, seja na alusão aos ditos horrores, seja através do humor pícaro que associa homossexualidade com o gosto pela literatura, naquele cenário de exotismo, produção de cacau e cadáveres que cruzam oceanos, seja através da personagem de génio que foi criada especificamente para impedir a distribuição de riqueza (aplausos). o livro está repleto de referências gulosas a mais e mais literatura, nisso o autor faz como muitos, utiliza a literatura para falar dela própria, a literatura portuguesa a gostar dela própria, o universo criado pelo manuel jorge é gargantuesco e mostra grande músculo literário, grandes ademanes no toureio da imaginação, da ficção, um homem que cria um homem que cria um livro que cria homens para chegar onde se deve: a uma mulher. o parvo sou eu, que não me lembrava que o manuel jorge é especialista nas coisas do amor.
passei a ser seguido no twitter pelo partido socialista.
mas ver tanta alusão ao thoreau e à luta contra ao estado num filme que se fez projectar num teatro municipal tem mesmo, mesmo, mesmo graça.
MESA 1
Dia 23 de Fevereiro, quinta-feira, 17h00 (Auditório Municipal) Tema: “A Escrita é um risco total” – Eduardo Lourenço Participantes: Almeida Faria, Ana Paula Tavares, Eduardo Lourenço, Hélia Correia e Rubem Fonseca Moderador: José Carlos de Vasconcelos
MESA 2
Dia 24, sexta-feira, 10h30 (Auditório Municipal) Tema: “O fim da arte superior é libertar” – Fernando Pessoa Participantes: Alberto S. Santos, Fernando Pinto do Amaral, José Jorge Letria, Luís Quintais, Sofia Marrecas Ferreira e Care Santos Moderador: João Gobern
MESA 3
Dia 24, sexta-feira, 15ho0 (Auditório Municipal) Tema: A Poesia é o resultado de uma perfeita economia das palavras Participantes: Jaime Rocha, João Luís Barreto Guimarães, Manuel António Pina, Manuel Rui e Margarida Vale de Gato Moderador: Ivo Machado
MESA 4
Dia 24, sexta-feira, 17h30 (Auditório Municipal) Tema: Toda a literatura é pura especulação Participantes: Eduardo Sacheri, Inês Pedrosa, João Bouza da Costa, Manuel Jorge Marmelo, Pedro Rosa Mendes e Rosa Montero Moderadora: Bia Corrêa do Lago
MESA 5
Dia 24, sexta-feira, 22h00 (Auditório Municipal) Tema: A escrita é um investimento inesgotável no prazer Participantes: Afonso Cruz, Ana Luísa Amaral, Júlio Magalhães, Manuel Moya, Rui Zink e Valter Hugo Mãe Moderador: Henrique Cayatte
MESA 6
Dia 25, sábado, 10h30 (Auditório Municipal) Tema: Da crise da escrita não se pode fugir Participantes: Carmo Neto, João Pedro Marques, Miguel Real, Sandro William Junqueira, Valeria Luiselli e Salgado Maranhão Moderador: Onésimo Teotónio Almeida
MESA 7
Dia 25, sábado, 16h00 (Auditório Municipal) Tema: “As ideias são fundos que nunca darão juros nas mãos do talento” – Antoine Rivarol Participantes: Eugénio Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Helena Vasconcelos, João de Melo, Luís Sepúlveda e Onésimo Teotónio Almeida Moderadora: Maria Flor Pedroso
MESA 8
Dia 28, terça-feira, 18h30 (Instituto Cervantes, Lisboa) Tema: Traços de crise enriquecem o texto literário Participantes: Afonso Cruz, Ana Paula Tavares, Care Santos, Manuel Moya e Valeria Luiselli Moderadora: Helena Vasconcelos.
agora é desfrutar, vilanagem.