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rabiscos vieira
ontem houve consagração dos dead combo na aula magna e eu não poderia deixar de estar presente, convidado pela minha santinha e alapado nas cadeiras doutorais e tudo, a troika que se foda, pois claro, uma sala a que os próprios nem sequer ambicionavam, a crermos nas palavras de tó trips, que achava que tinha fundado uma banda que só ia tocar em buracos, o que significa que poderiam actuar nas contas da madeira, mas enfim, tiveram melhores sortes por mérito próprio, e lá se consagraram fazendo uma panorama gordo de toda a carreira, do primeiro ao último disco - o mais destacado em palco - ao longo de mais de duas horas e meia, pois que já ninguém oferece concertos com este caudal, a troika que se foda, pois claro, e foi lindo de se ver, da primeira metade mais intimista, bas-fond, juke box à porta do deserto com alma lisboeta, cozinha de restaurante chinês com transístor a tocar, à segunda mais musculada, com colaborações várias e de gabarito, a saber, as duas "víboras do chiado" que eu pensava que eram a nespresso e a bershka, mais o enorme camané, o hobbit com a melhor voz desta terra média que é portugal, capaz de interpretar como ninguém a "inquietação" do josé mário branco numa versão encomendada de propósito pelo canal Q, omitido na apresentação de ontem à noite pelos executantes, buuuu para os mestres de cerimónias, menos na caderneta, mais a royal orquestra das caveiras composta por três sopros que emprestaram um swing maravilhoso à versão apresentada da "lusitânia playboys", por uma pianista mais despida do que a rita pereira para a playboy (não é difícil) que, desgraçada, mal se fez ouvir no meio da muralha de som posta em palco, foi um pouco como juntar ferrinhos a um concerto dos slayer, dommage, e pelo jazzman alexandre frazão, estranhamente parecido com o rogério samora e tomado pelo demónio do rock que demoliu um ou outro tímpano, uma outra certeza absoluta, da multidão rendida. multidão, sim senhor, à nossa escala e num contexto de medo da cultura, medo de arriscar, medo de. uma aula magna quase repleta aplaudiu de pé e é tão bom ter bandas de gabarito aqui tão à mão de semear, lisboa mulata, entre outras, é muito gostosa se temperada pelas notas, pelo humor auto-referencial dos dead combo, compro o que é nosso lá dizia a campanha, e só vos rogo, pedro e tó, que façam orelhas moucas ao canto da sereia, também conhecida como miguel relvas, que incentiva à emigração. deixem-se ficar. o povo agradece, mesmo sem descontos a 50%.
Ruca acha que só mesmo em portugal é que podia haver sessões para a playboy aprovadas pelo mullah omar.
hoje quando fui ao pingo doce do rato às 20:54 uma senhora deixou-me passar à frente na caixa até porque ela tinha iogurtes, cereais, queijo, fiambre, e mais o marido com uma muleta e eu só trazia um par de garrafas de vinho que serviram para brindar à minha mulher e ao primeiro de maio e aos amanhãs que cantam (delfins?), está visto que agora o importante é mostrar civilidade e o caralho, "eu a disputar garrafas de azeite com uma galinha? nãããããão, abrenúncio, isso era o fernando nobre no pingo doce de chelas, praí". pois claro.