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a revolução não é um chá dançante e pelos vistos também não é um abatanado ou uma italiana (hoje voltou a acabar o café no escritório).
durante esta semana andei abraçado ao kadaré, albanês que usa o século XV para falar do que nunca muda, da guerra, do sangue, do medo, da angústia, da ambição dos impérios que, de quando em vez, caem aos pés da soberba e da tenacidade dos pequenos, seremos sempre assim, infectados da vontade de subjugar, de ferir, o que temos nunca chega, sejamos do BPN, da SLN ou do politburo soviético que construiu a cintura de ferro para lá de viena, mas também cheios de dúvidas, cada homem uma raça, uma inquietação, como diz o mia, e essa polifonia é a chave deste romance, os tambores da chuva põem o paxá dos otomanos, dos turcos, a desafiar o ocidente e a regressar para casa vazio de sucesso, e acabei de lê-lo no dia em que o benfica, clube que detesto desde tempos imemoriais, talvez mesmo desde o século XV, deu um banho de bola aos de istambul, alcançando uma final europeia. o benfica está a jogar muito e tem dado sucessivas alegrias a muita gente de quem gosto. o benfica está numa posição de se lhe tirar o chapéu. ponto.
a prova de que vale a pena lutarmos pelos nossos direitos é que depois do discurso de ontem do arménio carlos voltámos a ter café no escritório. pouco. porque andámos a chutar cafeína acima das nossas possibilidades.