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ontem à noite em carnaxide um homem disparou dois tiros a partir da sua janela e feriu seis pessoas. Ruca acha que o governo respeita muito quem alcança estes índices de produtividade.
pessoas que não publicaram fotos da lua estão indecisas se hão-de sair do armário.
por estes dias morreu um homem sábio, joão pinto e castro. não estive nas exéquias fúnebres, mea culpa, mas para recordar este homem, e porque o conheci graças ao maravilhoso e maldito mundo dos blogues, poço de tiroteios e amizades, de pontapés nas bolas e de abraços cúmplices, dizia, para recordá-lo repesco um episódio com cinco anos, trabalhava eu na defunta byblos, aquela espécie de livraria-ícaro que não tardou em espatifar-se no solo das dívidas, e só queria encontrar uma saída, um novo trabalho, um local mais decente e menos megalómano, um patronato um pouco mais sério, e nessa tentativa disparei vários emails pedindo uma luz, porque no fundo sou mais um dos inúmeros piegas que campeiam por aí, queixando-me das condições, dos incumprimentos e dos problemas com os pagamentos ao final do mês, sendo que a resposta do joão, economista, professor, colunista, blogger, polemista, senhor do melhor dos humores, foi:
"Salários? Mas que ideia tão estranha... O país não pode avançar com uma mão-de-obra tão destituída de espírito empreendedor."
assim, sexo, demolidor, hilariante, avant la lettre.
obrigado joão pelo wit e pelo resto, como se diz agora. obrigado Joe Fingers pelo recordar do episódio.
professores, polícias e administrativos, motoristas, chefes de divisão, médicos, escriturários, enfermeiros, directores de serviço, contínuos, oficiais de justiça e cantoneiros, militares, auxiliares, investigadores, arquitectos e fiscais, bombeiros, telefonistas, técnicos de laboratório e inspectores, técnicos superiores e jornalistas da lusa e terapeutas, guarda-freios, mecânicos, bibliotecários: levantem-se, caralho. já passou o tempo em que não vinham buscar-vos, como naquele poema que afinal nem é do brecht.