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rabiscos vieira
agora liguem para o francisco vale da relógio d'água, a ver se ele oferece uns copos a toda a gente.
há muitos e bons motivos para sentirmos inveja, quer dizer, cobiça do brasil, assim é que é, porque é um país continente, porque é terra que se levanta, peito cheio de orgulho, porque é pátria de gente criativa e que não se queda acomodada, em contra-corrente com os oceanos da desigualdade ali têm-se verificado melhorias, ao contrário do que acontece por aqui, a terra dos patrícios, cada vez mais desequilibrada, e do lado de lá a exigência só sobe, pois é, quando se garante o pão e o mínimo de instrução as expectativas trepam ao pão-de-açúcar e a resignação, essa, vai com o caralho, porque há gente que se agita, que abre os olhos, que já não tolera os compadrios crónicos, a corrupção endémica, a violência policial, gente que quer mais, gente que ouve as palavras de um velho de 88 anos, escritor, fúria na voz, punhos cerrados, os operários na boca sem medo de anacronismos, senhoras e senhores, respeitável público, eis Rubem Fonseca, motivo para termos cobiça, inaugurando uma biblioteca com o seu nome num metropolitano. há muitos anos ele escreveu a Grande Arte, dedicada ao ofício de matar com a faca. hoje continua a escrevê-la, vestida de cidadania.
toda a informação aqui, na leya em grupo.
na freguesia natal da minha mãe o vencedor foi um independente (embrulha psd) que prometeu, em caso de vitória, uma festa de encher a pança com o abate de duas vacas e vinho à discrição.
adoro as minhas raízes, sobretudo se mal-passadas.