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vendem-se os ctt que dão lucro. concessionam-se os estaleiros a um candidato único e endividado. e depois o ulisses do joyce é que é hermético.
com licença, queria escrever umas palavras sobre o livro do Afonso Cruz e só me ocorrem "sensibilidade", "emoção", "bálsamo", e depois fico a pensar que assim arrisco-em a colar o afonso ao anátema da paulo-coelhização, o que é francamente injusto, diria que "para onde vão os guarda-chuvas" compreende aquelas palavras mas muitas outras, e é um livro que reflecte o core business do afonso (e agora um pouco de anátema empreendedorista), a saber, o interesse pela religião, pelas religiões, pela filosofia, pelas filosofias, pelo orientalismo mas às avessas, todos eles elementos que fazem parte do seu discurso, seja em letra de forma, seja em circunstância de festival literário, seja no dia-a-dia mais prosaico, até porque esses interesses, os venho testemunhando de quando em vez, e sim, conheço o autor e ainda bem, louvado seja (preencher a divindade que mais vos interesse), é um privilégio, embora o axioma "não queiras conhecer quem admiras" se mantenha de pé para outros casos, mas adiante, este livro é uma delícia e não foi escrito pela nigella, é belíssimo e nem sequer refere o miguel ângelo - não o da baía de cascais, o outro - é irritante e comovente na mesma medida, uma vez que está sempre a pregar rasteiras e fintas às nossas formas de ver o mundo, o oriental e não só, enfim, como não aprecio spoilers, carrego na tónica das ideias, das metáforas, da fé, da Perda, aquela que merece maiúscula, da sensibilidade (helas), obrigado pela inteligência, vou já sair, dizer só (muleta de comentador) que temos escritores cá na terra que competem com qualquer sector do calçado, e que tudo no cosmos tem uma explicação, inclusive a presença inusitada de um lionel richie. ainda pensei desenvolver uma teoria em volta disso mas alá sabe melhor.