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depois de ler o estupendo "o homem que gostava de cães", história do homem telecomandado que estaline pôs no caminho de trotski, lancei-me com sede ao pote dos "hereges", novo canhenho do Padura lançado por cá, e trato-o assim, ao Padura, com esta familiaridade, por já tive oportunidade de entrevistá-lo minutos depois de ele dormir uma sesta enquanto esperava... pela entrevista, curiosidades que a vida nos põe no colo, e ao entrar neste "hereges" aterrei de focinho, isto porque a história dos judeus impedidos de desembarcar em cuba por altura da grande guerra contada ao ouvido do mítico mario conde é-o, contada, aos ziguezagues, aos tropeções, e eu a sentir o livro a fugir-me, até ao momento em que a narração recua no tempo e avança no seduzir, são para cima de 100 páginas contadas desde a amesterdão de rembrandt, e foi preciso recuar até à luz das velas, aos ocres e aos pgimentos, para eu começar a perceber que este grande romance de Padura tem menos a ver com judeus, quadros e adolescentes amargurados do que com cuba, a sua cuba, um romance que transpira a busca da liberdade por todos os poros (tropicais), que faz do indivíduo o cerne num país que muitas vezes empurrou o colectivo pela goela abaixo dos seu filhos, a cuba de Padura, que não lhe fecha as portas, que não lhe corta os livros e que ele traz atravessada na garganta, a cuba das desilusões, dos boleros e dos amanhãs que não cantam, da solidariedade e da paranóia, do socialismo científico e do sentir empírico. a cavalo noutros pretextos, este é um livro político. se calhar muitos o são, se a eles são convocados os leitores cidadãos.
finalmente vão perceber como é que a gente prepara um bacalhau seco.