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dizem que não se deve tomar decisões políticas de cabeça quente, ao sabor dos acontecimentos e dos holofotes e da demagogia, embora estaline, o próprio, tenha assumido que a morte de um indivíduo é uma tragédia, mesmo, ao passo que a morte de um milhão não passa de uma estatística, razão pela qual o hospital de são josé, pai adoptivo do menino, vai voltar a ter neurocirurgia cerebral a partir de janeiro, porque depois do aneurisma fatal, quer dizer, depois da casa roubada, trancas à porta, desculpa lá teres servido de metáfora da contemporaneidade, David, e nesta época de natal, que mais parece uma espécie de páscoa em modo filha da putice sem direito a ressurreição nem a esperança mas apenas a morte burra, malvada a sorte de quem cai no calvário por incúria dos incompetentes, dizia, nesta época de boa-vontade, de paz, harmonia e sodomia orçamental, o destino, que é irónico, mordaz, coloca num prato a salvação de um banco, que vai ser de todos nós, e no outro uma vida terminada de forma abrupta porque no país dos cofres cheios a realidade pesa sempre mais do que as ideologias, é verdade, o axioma do cavaco silva, crítico de bananas, está profundamente certo, porque foi preciso lermos a carta da namorada do David, real, para percebermos que há algo de muito errado na ideologia da mão invisível que fica à vista de toda a gente quando é necessário enfiá-la no bolso dos cidadãos, há algo de revoltante quando o estado encolhe nas garantias mas alarga nas exigências, há algo de monstruoso no ar quando se atiram culpas para o banco de portugal, que não passa de uma espécie de centro helen keller da finança, enquanto se assobia para o ar como se o desastre social em que nos enfiaram não existisse, mas convenhamos, se calhar pôr os olhos num caso isolado é atitude desonesta, é desprezar a floresta de bem-aventurança que herdámos da saída limpa, se calhar tudo isto é demagogia, logro, soberba de sofá, se calhar não é legítimo usar a morte de um homem como arma de arremesso político, porque o ideal até é viver (e fazer) a política como se os homens e as mulheres não existissem, só números e tabelas e promessas por cumprir, e resgates, e injecções de capital à custa dos contribuintes, porque atenção, isto estava mesmo a melhorar, estava mesmo, mesmo, mesmo a dar a volta, sinal de que ir além da troika valeu a pena, sobretudo sempre que decidimos não ter um problema grave de saúde ao fim-de-semana. dezembro de 2015 e este país cheira a podre. suponho que não seja das filhoses.
agora é ver quem paga a quem a pensão de alimentos do filho Défice Derrapado.
agora só lhe falta bater com o carro e pôr-se na alheta.
bom, se se lembraram dele é porque ainda não lhe retiraram o retrato da parede.
um é multimilionário, está numa campanha a valer e ameaça arregimentar milhões de votos e consciências no país mais poderoso do mundo. o outro é um misógino-racista-inconsequente de méritos desconhecidos, com um espaço na tv por cabo de um país periférico. o arroja não é o nosso trump. é apenas o nosso espelho.