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ler como se tivesse sido transportado para outro tempo, em jeito de mergulho no século XX. diga-se a verdade, nunca morri de amores por colto maltese e pelas histórias de hugo pratt mas a matéria-prima de que faz esta autobiografia em modo entrevista é especialmente rica. pratt parece ser mais interessante do que as suas personagens, mesmo que o fio da sua história contenha passagens a roçar o inverosímil. tanto melhor, que mau seria se só fôssemos feitos de verdade e memórias lineares. este homem habitou de facto outra época, foi um aventureiro, cortou a direito com a herança familiar do fascismo sem renegar os amigos que andaram de camisa negra quando esse era o zeitgeist. amou, viajou, teve filhos, bebeu, foi feliz na sua profissão, guardou muitas histórias para contar, muitas vezes melhores do que a ficção. o que se pode querer mais? também transportou consigo uma parte da alma do seu tempo que hoje faz torcer o nariz a muitos leitores. pelo menos a mim torce-o sem apelo. traços de marialvismo carregado de poeira, que pelo menos não se dá ao trabalho de disfarçar. em suma, vida invejável, ainda por cima ilustrada. chapeau, ou melhor, cappello, signore pratt.
edição relógio d'água
estes norte-coreanos são tão beras que qualquer dia estamos a convidá-los para aderirem à CPLP.