De JML a 02.03.2011 às 11:54
Este poderia ser um gigantesco bom post mas é só um péssimo romance. O autor está sempre a aparecer no texto e a afastar os personagens da boca de cena e a dizer “Já viram como sou espertinho?” “Olhem este golpe de asa.” “Olhem agora este pinote!”. Os personagens são de papel amarfanhado, rascunhos atirados para um terceiro plano do livro porque a luz, essa, é para estar sobre o autor. É um livro de quem não tem filhos, mesmo que os tenha. Palavras a mais para uma história fraca que é usada só como oportunidade para se dizer umas coisas e tentar ter piada. A aparente convicção de superioridade civilizacional do escriba em relação aos tão vazios lugares comuns sobre a linha de Sintra é sintomática de alguém fashion a falar sobre a vida real de gente que não conhece. É o que parece. O que vale é que vai ter mais oportunidades. Daqui a uns anos na proverbial entrevista dirá “É um livro de juventude e não me revejo nele. Um livro de aprendizagem”
Ao ler esta crítica, e principalmente o que falta nela, um tipo acaba por perceber as mecânicas da vida intelecto-literária do nacional-porreirismo engajado gay. O facto deste texto ter sido publicado só se justifica com o que justifica a publicação de uma ficção de um Júlio Magalhães ou assim.
Resta desejar boa sorte para o primeiro romance a sério do autor e que este primeiro mega post tenha servido para aprendizagem.