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está bem, livros, sonhos, editores, letras, poemas, organização impecável, parágrafos bem formatados, gente de classe e o caralho, mas a memória mais viva que trago da póvoa está umbilicalmente ligada ao bar da praia, local onde quase fui defenestrado há um ano, qual miguel de vasconcelos dos dj sets, e ao qual voltei sem pudor na companhia de uma dúzia de camaradas das correntes, talvez mais, destemidos alguns, mais contidos outros, do primeiro grupo ressalta a isabel coutinho, uma espécie de doutor livingstone das florestas poveiras, intrépida a furar em direcção ao palco onde campeava um sucedâneo de axê cheio de requebrados malandros, e também a inês pedrosa que a espaços dominou a pista numa postura a roçar o colonialista, rima e é verdade, sem medo de hostilizar os autóctones e provocar uma bronca na discoteca, como tão bem cantou nel monteiro nos seus tempos de maior glória, glória agora a nós senhor, como se diz na eucaristia, que andámos nas nuvens do lazer com vista para o mar e para um par de maduros com bigode e cotovelo alçado sobre o balcão onde não párava o corrupio de imperiais tagus, uma pena isto de termos aterrado num bar sem cerveja, mas enfim, houve outros motivos de interesse, a classe dos jovens enfarpelados com t-shirts do estabelecimento "djavu" com uma espécie de tournée grafada nas costas, alguns fatos de treino, uma senhora da classe chaimite armada de top rosa e muitas tachas, uma brunhilde wagneriana enfeitada com tranças capaz de provocar o pânico nas scut até viana do castelo, graças a deus não houve cavalgada das valquírias, só uma ou outra coreografia e nenhum tipo de karaoke, o que é pena. a espaços, o rosto do joão paulo cuenca traía algum arrependimento pela ida às profundezas das correntes, mas nada a que não sobreviva um carioca enxuto. quem é o gostosão daqui? são eles, senhor, são eles.