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outra semana de parágrafos na melhor das companhias, uma espécie de casamento feito no céu involuntário que eu explico, de um lado os judeus errantes do joseph roth, publicado pela sistema solar, do outro o diário da queda do michel laub, publicado pela tinta da china, de um lado um ensaio de 1927 capaz de antever a desgraça oculta por detrás das nuvens do nazismo, desgraça cujas sementes estavam debaixo de terra europeia há muitos anos, do outro lado, do outro lado do mar, um romance que é uma inquietação, identidade, ironia, negrume, revolta, um homem atropelado pelas memórias pelo sufoco pelo mal-estar herdados do avô e do pai, empenhado em mostrar que depois de auschwitz pode não haver poesia mas há literatura, dois livros mastigados consecutivamente e sem querer, judaísmo pertença desarrumação intelectual a duplicar, tenho inveja de quem sabe ler o futuro clareza, tenho inveja de quem sabe ler o passado com clareza, cobiço a escrita elegante e o que os brasileiros fazem com a língua. no pun intended. ah, pois, os fantasmas da europa ainda andam por aí.