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há um distanciamento por explicar na minha relação com o livro, sobretudo porque lhe reconheço a arquitectura perfeita, a erudição absoluta, a sageza na montagem da personagem. são tantas as piscadelas de olho literárias que o leitor militante não pode deixar de sentir-se seduzido e desafiado em partes iguais. e no entanto não consegui estabelecer empatia com este "paris nunca se acaba". como se sentisse a falta de ruído, sangue, nervos. a dado momento, e embora o estilo e a verve de cada autor sejam sempre uma forma de exibição, mesmo talentosa, aqui incomoda-me uma certa prosápia que pode muito bem não estar lá. aliás, o autor que é personagem pode bem nem ter estado naquelas situações que acabaram aborrecendo-me. e isso no fundo faz todo o sentido.
edição teorema