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tem a ver com bola e não tem mas depois de ver a bela equipa que a bélgica levou ao mundial brasileiro recordei-me da estupenda equipa que a bélgica levou ao mundial mexicano, o de 86, não o de 70, o mundial de saltillo, do negrete, da despedida do doutor sócrates, do gary lineker a jogar com braço enfaixado e do futre com o ouro na mala, do maradona com os adversários no bolso, o mundial da caderneta com o piqué que desgraçadamente fiz a meias com o ireneu, colega de escola importado de valpaços, o mundial dos guarda-redes que sim senhor, dasaev, joel bats, schumacher, bento (que acabou lesionado), mais o jean-marie pfaff, guardião da bélgica, lá está, que passa um ano sem governo e aguenta-se, que enfrenta a então poderosa união soviética e vence, e nesse jogo, que acabou em 4 a 3 após prolongamento, há um momento capital para a história do mundo, uma centelha do que estava para vir, a URSS vencia por 2 a 1 graças a um par de pontapés do belanov e acabava de apanhar os belgas em contrapé, um lance que poderia ter acabado com o jogo, vasili rats a escapar-se pela esquerda, como uma seta, como um mig, um sputnik, e chegado à zona da grande área prefere rematar, debalde, em vez de passar para um dos seus colegas perfeitamente desmarcados e capazes de enterrar os belgas, os mais temíveis dos povos da gália, júlio césar dixit, e o goscinny também, mas dizia, rats cede ao individualismo e desperdiça, e esta cedência, esta traição ao colectivismo acabaria por comprometer os sovietes, no jogo e na história, pois neste momento percebeu-se que o eu estava farto de ficar na sombra, que o nós não aguentava mais, que o muro abria brechas por onde haveria de cantar o david hasselhoff. 3 anos depois da débacle em frente aos belgas, berlim era outra. vasili rats, o melhor amigo do ronald reagan.